Compra de votos: Há 90 dias do pleito, Bolsonaro quer aumentar auxílio e estender aos Caminhoneiros
O presidente Jair Bolsonaro aparentemente não está satisfeito somente em legar ao País a destruição de políticas públicas consolidadas. O Executivo pretende agora ignorar as restrições legais e, às vésperas das eleições, criar um novo programa para ajudar caminhoneiros.
O fato de não haver uma base de dados atualizada sobre o setor ou qualquer estudo sobre as dificuldades dos motoristas autônomos não será um empecilho. Quem constar de um cadastro genérico e desatualizado da ANTT estará apto a receber o benefício. Não há preocupação com eventuais fraudes.
Para Bolsonaro, só interessa o potencial eleitoral da distribuição de dinheiro. A tentativa de compra de votos é tão explícita que será difícil, para a Justiça Eleitoral, encontrar argumentos para ignorar o crime que está para ser cometido. A frouxidão do controle sobre os beneficiários de programas sociais é um padrão do governo Bolsonaro. Começou com o Auxílio Emergencial, quando o ministro Paulo Guedes alegou ter descoberto milhões de 'invisíveis' na pandemia, ignorando informações do CadUnico.
Foi no período de vigência do Auxílio Emergencial que Bolsonaro registrou seus melhores índices de aprovação. No raciocínio oportunista do Planalto, a maneira de impulsionar as chances eleitorais de Bolsonaro seria injetar 'dinheiro na veia do povo'.
Se o foco do governo estivesse no resgate das famílias mais vulneráveis, como deveria ser, o correto seria investir para zerar a fila de beneficiários do Auxílio Brasil. Mas a necropolítica bolsonarista não se importa se há brasileiros sem ter o que comer.
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